Imagem wikimedia.org (aurora boreal)
Pianíssima
Suave flutua
A renda da noite.
Macia, deixa o peito.
Insana, dança Gardel...
Suave é a sombra na rua,
Gato preto no papel...
Do vento segue a voragem,
Gira mundo sempre ao léu.
Altaneira ela flutua,
Com seu sorriso de mel...
Diáfana e vaga nuvem,
A renda da noite é o seu véu.
Macia, a lágrima sua,
Alegre e urbana babel,
Deixa o peito e faz viagem...
Mar revolto, escarcéu.
Insana e perpétua, a lua...
Pianíssima no céu,
De São Jorge dança a imagem
E um tango de Gardel.