Porque Virás
Quero a manhã dos sonhos despertos
Um tom ainda de magia no arrebol
E sentir o cheiro da saudade
Trazido pelas minhas mãos
Que pensam carícias
E será assim que virás
E me encontrarás lânguida
Espreguiçando o meu corpo
Na lembrança das tuas mãos
Neste dezembro, o dia sorrirá
E os olhares da memória
Não mais precisarão
Descobrir-me em sussurros
Entregues à brisa silenciosa
Em que soprava a espera
Em teus braços, a vida cumprirá
O desígnio de eternidade
E como se soubéssemos o rumo
E eu sempre houvesse existido
E tu sempre estivesses aqui
Acariciaremos todas as manhãs
Alvorecidas de acácias, hibiscos e lírios
E escutarei de manso, tão manso
O brando deslizar dos teus dedos
Tecendo a vertigem de cada fio
Com a qual bordarás a minha nudez...
© Fernanda Guimarães