Passos em frente...
Deixei na curva do caminho,
quando mudei de rumo no viver,
todos os emperrados desalinhos,
larguei de vez esse não ser...
Deixei também as mágoas tolas,
as queixas, migalhas, a falta da flor,
deixei lá bem trancafiada
a obstinação pela dor...
Olhando agora, assim de longe,
lá na curva do caminho,
ficaram folhas de papel,
quase pergaminhos
rotos, relidos e amassados
pelo tempo amarelados,
abandonados por fim...
Me libertei dessas amarras,
e num profundo respirar
e olhando para mim,
reeditei minha escrita...
O que deixei,
lá na curva do caminho,
foi o rascunho
(que não passei à limpo)
que escrevi de mim...