UM SINAL
Olho para dentro de mim agora
O que sinto?
Um minúsculo resquício
Uma feridinha
Uma marca
Um sinal
Gota rubra do peito
Da certeza de um sonho desfeito
Estourando ao final de um drama
Retornando ao momento natura
Quando crer no amor era propício
E o medo da entrega era nada
O sorriso era o mundo perfeito
O gozo no beijo
Prazer real.
Olho para fora de mim agora
O que vejo?
Uma figura comum
Sem sabor, nem perfume
Um retrato sem lume
Num cenário sem cor
Revive o mesmo padrão
Em círculo viciado
Tranqüilo, parado
Banal, conformado
Respirando aliviado
Sem culpa, o coitado.
A dor que se aproxima do final
Sem marca
Sem sinal
Sem nada.