Asas à Mente
Asas à Mente
A mente voa num ágil bater de asas,
E o mundo visto do alto,
Ganha formas e na sombra, se agiganta,
Numa melodia rude , que encanta.
Passo por entre as linhas do teu corpo,
E por entre esse olhar a descoberto,
E teu sorriso aberto,
Voo sobre o teu caminhar na areia,
Um passo despreocupado, que sigo ao pôr-do-sol,
Num cruzar de pernas e queres abraçar o Sol,
E o teu dedo a chamar, feito isco de anzol,
Ou só o teu ferrar um pouquinho,
O teu lábio ou o teu dedo mindinho.
Quando te debruças sobre a paisagem,
E entregas fartura, numa pose de bela imagem,
Fico a planar como um Condor,
Inundado num forno de calor,
Que atiça a vontade de um voo picado,
Para mergulhar no teu corpo,
Envolto em teu lençol esverdeado!
A mente sempre foi pródiga,
Nos voos contra a tempestade,
A medir forças com o vento, e a ousadia da verdade,
Segurando a vela aberta em mau momento,
Onde as asas se vestem de multicor,
Ora descrentes, ou em poses de amor,
E o olhar segue o planar da Asa Delta,
De uma figura gostosa e esbelta,
Da graciosidade do salto alto,
Das curvas da montanha e do planalto,
Do bolso da tua calça,
Ou do decote largo, que me abraça,
O voo redime a história,
E as asas, que ganho, vestem-me de glória!
Nenúfar 6/1/2009