O Cantar da Noite
O Cantar da Noite
O trautear de uma canção de embalar,
Foi o presente na despedida da madrugada,
Onde te ofuscaste com um beijo, e eu pensei num desejo,
Que me leve em sonhos gastos do tempo,
E que um suspiro, varra o pensamento;
Que me leve a espada que cerro em minha mão,
E a fugaz escrita suba, no quente ar do balão,
E mostre as sombras do meu terreiro,
Que se fazem gigantes e me transformam em guerreiro.
O mundo cansa-se, e o olhar pesado, cai,
Por entre o passo desordenado onde meu pé vai,
No tropeço da escada que bate na minha porta,
E o som, ficou, por entre a melodia que se corta,
Num engasgo amargo e irreflectido,
Quando minha mão não alcança, o prometido,
E o desânimo agiganta o medo,
Numa ideia , sem sentido.
Nem sempre a pintura do retrato,
É a imagem, autêntica, de tom baço;
Que sempre renasce por entre as letras,
E tuas perguntas consentidas,
Ou tuas posturas, de fartura desmedidas,
Acenas-me com um sorriso largo,
E uma prece, para seguir no teu passo,
E ao olhar o teu caminho,
Vejo outro mundo, com mais sentido!
Nenúfar 5/1/2009