O BURRICO
Na estrada que corta os verdes prados,
Sentindo no corpo a suave brisa,
Vai o burrico carregando os fardos
De trigo que a fome ameniza.
Caminha lento, olhos cansados.
Tem uma força que se interioriza,
Sente que os afagos do dono são mal dados,
Pois é só do seu labor que ele precisa.
Não se irrita com a longa caminhada.
A impaciência do homem não o entretém,
Pois tem a astúcia que a Natura lhe deu.
Quando pára não anda por nada.
Exaspera o dono com a teimosia que tem,
E pensa: - Antes que me dê um coice, dou-lhe eu...
26/05/03.