A CHUVA
A CHUVA
(Dedicada ao poeta mageense Geraldo Mattos)
Olho pela vidraça
a chuva fina que cai.
Que com insistência
de gota em gota
molhando o chão, vai.
Olho ao longe.
Avisto a praça,
os bancos, a rua
e o jardim.
Penso no bem da chuva
e nos seus dissabores.
Desperta a alegria das flores,
dá mais brilho
ao verde das folhas,
e traz-nos calma sem fim.
Faz tudo parecer triste,
sem ser tristeza
a chuva.
Esconde o sol
e o seu calor esfria.
Faz no ar uma estranha melancolia,
que invade a alma da gente.
Põe os pincéis
nas mãos do pintor,
que para dar mais vida na cor
faze-os deslizar suavemente.
Libera de si, o poeta
e o leva pra vida.
aquece de emoções o seu ser.
Chama do seu peito
a fantasia,
e mansamente espera,
que nele desperte
uma poesia.