EMTIPERDERME
Eu sei o que você faz
conosco.
Eu sei o que você fez
com eles.
Incerto, secreto;
ingênuo, talvez,
por torpores de cervejas.
Ao som surdo
da fumaça,
serpentina como a rede.
No sufoco
de cansaços
por transas indolentes.
Pois, que haja -
dia, venha!
Sem dúvida, ou medo
do passado já ausente.
Não mais nasce, não mais cola
nas encostas da parede.
Porque se te vejo
e calo,
sem rancor ou inverdade,
é porque te amo e quero,
toda a vida, toda parte.
E, assim,
aqui encerro
minhas palavras
e meus ensaios.
Pois já tive
o nunca tido,
que, em se perder,
só vem saudade.
Saiba, então, minha Menina,
que, pra ti, assim eu canto:
Não é desprezo,
nem desdenho.
São palavras que escondo, ferrenho,
por ter medo de perder-te.