Sexo

Eu adoro os perfumes escondidos,

Nos olores de uma página de amor...

Que pela poesia são traduzidos,

Como a língua encontra no sexo o sabor...

E que nele, assim fala e descreve,

A malicia de ser envolvente,

E faz até de um momento breve,

A eternidade de se ser presente...

E assim entre os seios desnudos,

Derrama o vinho manchando-os do rubor...

Para sugá-los à procura de tudo,

Que possa decifrar o desejo entre o amor...

Pois nas varandas e nas flores,

Os corpos pela paixão entorpecem,

Não reconhecendo os espinhos e as dores,

Que penetram na pele, enquanto o amor tecem...

Ali o silêncio presenteia com o murmurar do vento!

E fala das tempestades, e da febre do ouro...

Fazendo lembrar o louco momento,

Da castidade rasgada no couro...

Mexendo com o hemisfério da inspiração,

Onde o suor deságua lentamente...

Pois onde não há desgaste, não há renovação,

E onde não há amor, o sexo se faz ausente...