La Dolce Vita

La Dolce Vita

Ser simples e não pular rumo ao complicado lado

Ficar no meu bordado

Nesse universo pleno, calado.

Sábia no alinhavar o costurado

Prendas bobas, uma flor, um canto ornamentado

Plantando flores por todos os lados...

É a cerca que me fiz, na força mais descomunal

Erguer meu muro em cores, atoleimar o meu beiral

Concreta e longe, bem longe do fastioso, cinza neutral

Alinhar as velhas bonecas

Admirá-las tão lindas afinal...

Toda eu avessa às abstrações

Viver assim, sem calcular o preço a pagar,

Nas longas prestações...

Ser sem indagações, ser pequena, ser serena..

Falar a palavra comum, cantada, fotografada.

ser amena...

E quando eu disser, seja só o entender-me,nem grande,nem pequena...

Nunca vítima, nunca algoz.

Nem doce nem feroz..

Nunca sofrida..Santa da vida..

Nunca sida desta mesma vida..a Madalena arrependida...

Ser a mulher que apreendeu..que plantou e colheu..

Que teve e tem..do bom e do ruim..tão somente o que merece/mereceu..

A mulher que sabe..cada passo que deu...

Se doeram as passadas..geniais e altos foram os vôos..as boas aterrizadas...

Toda eu sou um gostoso e morno banho..como simples é a água a colônia passada...

Como simples.. que abomina qualquer caos..qualquer além da doçura desta música..desta madrugada...

Com cercas brancas.. rosas e azuis..construí esse mundo que me abriga da insípida e obrigatória jornada...

Das guerras por ideais concretos e reais...É aqui..minha morada..onde dispo-me e sou nada..

Eis a hora..a que sou..quando sou..senhora desta pequena morada...

“Ser simples..e não pular rumo ao complicado lado..”

Dorothy Carvalho.

Goiânia, 16 janeiro de 2009

Dorothy Carvalho
Enviado por Dorothy Carvalho em 16/01/2009
Reeditado em 04/07/2017
Código do texto: T1387771
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