ROMPE-SE O CRISTAL
Tanto desejei que me amasses,
Acalentei tuas mãos nas minhas
Acariciei teu rosto, beijei tua boca
Aconcheguei-te a meus braços,
Dócil, submissa, apaixonada...
Tantos sonhos, tantas esperanças
Resplandecia o sol em luz e calor
Encantava a lua em seus mistérios;
Tanto desejei que me amasses,
Ofertei cálido o coração amante
Na alma abnegado amor,
Entreguei-te o melhor de mim:
O sorriso da mulher apaixonada,
O silencio da amiga presente,
O carinho da companheira,
Cumplicidade, amante ardente;
Tanto desejei que me amasses,
Senti em ti a indiferença
O coração empedernido
Frio, arredio, alma distante,
Impassível diante do meu sofrer,
Impessoal aos meus desejos,
Bebi no cálice o fel da traição
Desmorona-se o castelo de sonhos
Rompe-se o puro e belo cristal;
Tanto desejei que me amasses,
Com o amor da alma mais pura
Sem traumas nem preconceitos,
Sem opressões ou limites,
Longa!...Negra noite é tua ausência;
Tanto desejei que me amasses,
Mas o amor não se impõe
O amor apenas acontece
Tanto desejei e estou só...
Só, com minhas lembranças.
Santo André - SP - BR
30.01.2005