PENSAMENTO E PALAVRA

O que penso não cabe aqui

nestes riscos incertos,

nestas palavras mortas.

O que penso não admite portas.

O que penso não tem limites.

Ultrapassa o reles croqui

destes versos desertos.

O que penso abre convites...

O que penso me leva donde estou

p’ra mundos estranhos , distantes;

em poucos segundos, vidas-instantes.

O que penso é mais do que sou.

O que penso é o que sonho

por detrás das falas-cobertas.

Às utopias de asas libertas,

o que penso, no poema, contraponho.

Lina Meirelles

Rio, 14.01.09