VERBO PRISIONEIRO

Preciso libertar de dentro de mim

As palavras que em cárcere agonizam

Preciso ver o sol dos verbos soltos

E caminhar livre pelos prados verdes

Das folhas escritas

Preciso escrever...

Nem que seja uma carta de alforria

Para meu subjugado pensamento,

Escravo fugitivo que se viu perdido

Quando liberto foi dos açoites

Caprichosos do teu amor delirante

Preciso escrever aos borbotões...

Deixar fluir por veias e poros

Como vômito e sangue que não se estanca

Lavar minh’alma e me tornar seca

Extinta

Estéril

Parida de tudo de mim.