Perdão

Perdoe este eu que tanto esconde

Tudo aquilo que, nele, vira vício

É medo que o faz refém, eu sei,

De tudo que, em solidão, decifra.

Luzes acesas, cama desfeita,

O mesmo abismo depois da colheita.

Nunca falou nada do que sente

E do amor, faz brincadeira.

Perdoe este eu que tanto esconde

Esta vontade, imensa, que o consome,

Proibindo-lhe dar o que já provou,

por ser bem maior a descrença que herdou.

Perdoe este eu malcriado,

Mas, no fim da colheita, nele, não fica nada

Sobram, apenas, camas desfeitas

E sua alma, de vento, impregnada.

Li Vaz
Enviado por Li Vaz em 13/01/2009
Reeditado em 22/04/2009
Código do texto: T1383054
Copyright © 2009. Todos os direitos reservados.
Você não pode copiar, exibir, distribuir, executar, criar obras derivadas nem fazer uso comercial desta obra sem a devida permissão do autor.