Relógios
Zero horas do dia,
Neve no outono,
O Sol que sumia
Quando a lua aparecia
Agora divide o céu
Em dois gomos.
Gelo no deserto
E tudo parece normal,
Perdi oito horas,
Mas tudo parece igual
Como foi outrora.
Os ponteiros biológicos
Mentem o tempo dos relógios,
Ventos trágicos
Do 12º planeta
Chegam a mim,
Como a calma do destino perneta
Quando me vejo às 5 da noite
Apodrecendo qualquer sintaxe
Que restou da meta-morfosse,
Da morfossintonia
Que dormia, até a madrugada,
Assustada, perdia a vida!
Quando o Sol beija a Lua,
Vejo a agonia nua
Dos babelicos
Ouvindo, mas não escutando
O coração agoniando da terra,
Mãe, fera das feras,
Brinca com o mundo todo
O tempo todo,
O medo todo
De ter que passar por tudo de novo.
Roda, gira e roda, sem parar,
Sem contar, até acabar, explodir,
Big-Banguear
E tudo começar, pra tudo acabar!