Relógios

Zero horas do dia,

Neve no outono,

O Sol que sumia

Quando a lua aparecia

Agora divide o céu

Em dois gomos.

Gelo no deserto

E tudo parece normal,

Perdi oito horas,

Mas tudo parece igual

Como foi outrora.

Os ponteiros biológicos

Mentem o tempo dos relógios,

Ventos trágicos

Do 12º planeta

Chegam a mim,

Como a calma do destino perneta

Quando me vejo às 5 da noite

Apodrecendo qualquer sintaxe

Que restou da meta-morfosse,

Da morfossintonia

Que dormia, até a madrugada,

Assustada, perdia a vida!

Quando o Sol beija a Lua,

Vejo a agonia nua

Dos babelicos

Ouvindo, mas não escutando

O coração agoniando da terra,

Mãe, fera das feras,

Brinca com o mundo todo

O tempo todo,

O medo todo

De ter que passar por tudo de novo.

Roda, gira e roda, sem parar,

Sem contar, até acabar, explodir,

Big-Banguear

E tudo começar, pra tudo acabar!

Arthur Dantas
Enviado por Arthur Dantas em 13/01/2009
Código do texto: T1382883