Triste partida...
Vejo a sombra do meu vulto, sob a relva que cai
Cambaleando, passos tortos, seguindo contra o vento.
Cabisbaixo, deixo rolar em minha face uma lágrima
É o que restou da triste dor da despedida, neste momento...
Este amor que um dia foi teu, acabou-se
Só restando as cinzas espalhadas pelo chão,
Que por ironia, este vento leva agora
Deixando a cicatriz da separação no coração...
Ah! Lua ingrata, por que não vens agora?
Pra iluminar meus passos lentos, turvos e incertos
Nesta estrada escura que meus pés me levam embora...
Ah! Vento que devasta, fere, mata e castiga
Não vem você também maltratar esta triste flor
Que fica para trás chorando melancolia.
De gritos e gemidos da alegria que se foi com a dor.
Ouvindo o triste lamento do vento na partida
Que num sussurro aos meus ouvidos, me castigando segue,
Cantando a triste canção de despedida...
Oh! Triste natureza que enfeitava minha alma
Traz agora vento frio, chuva fina, que silencia a flora
E eu em passos lentos, sigo a mesma estrada calma,
Que tantas vezes me levou aquele por quem choro agora.
Oh! Beija-flor, por que não vens festejar a minha volta
Ou mesmo o bem-te-vi a catarolar-me uma linda melodia.
Trazendo-me de volta a alegria, há tanto tempo remota
Até que volte a primavera pra encantar minha vida, algum dia...