gatilho

minha voz

calada

nao encontra palavras

devem estar perdidas

por ai'

pelo vento

pelos versos

me deixam deserto

o pensamento

mas nao canso

e abuso

e te uso

de todas as maneiras

que eu posso

roco meu dedo

no teu gatilho

a minha escuridao

no teu brilho

meu coracao andarilho

teu eterno passageiro

percorre por inteiro

a imensidao dos teus trilhos

e enfim

repouso cansado

exausto

dentro do teu colo

como se fosse um filho

como se fosse teu homem

quase morto

maltrapilho

de tanto amar teu corpo

com meu peito em pedacos

desgracado

feliz

e imerso no teu abraco

aperto outra vez

teu gatilho

jose luis lacerda
Enviado por jose luis lacerda em 12/01/2009
Reeditado em 12/01/2009
Código do texto: T1381585