Quarto escuro
No leito,
o rio,
o manto e o canto.
Que, estreito, enlaça
toda a vida e desgraça
do teu pranto,
onde “pranto” sementes do mal.
A fecundar idéias
na terra infértil de teu ser.
Nascem, crescem.
Nos aquecem na essência
da oblíqua alma negra.
Enraizadas são
tais ervas de perfume
louco e que agrega,
tão bela e vivaz,
a candura de tuas coxas;
doces e tenras.
Pois hoje encerro.
Desterro-te de onde fostes,
e para onde jamais voltarás.
Seremos tanto a vida
como a Morte da falsa inocência
advinda dos pais
e padecida sob as margens do lacrimejar divino.