COMO A POMBA...

Como a pomba que tu vês,

Toda de branco vestida,

Matando a sede, elegante,

No regato da Avenida.

Sua cauda, armada em leque,

Tem formosa pena preta.

Tu sabes que é sempre a mesma,

Linda pomba lisboeta.

Por perto um pombo arrulha,

Atento, enamorado.

Porém, retira-se a pomba

Sem olhar o apaixonado.

Ontem o pombo atrasou-se

E a pomba branca, nervosa,

Dum lado, andava, prò outro,

Inquieta, receosa.

Tal e qual, quando não vejo

Meu amor perto de mim,

A pomba atentava ao longe,

Procurando-o no jardim!

Maria da Fonseca
Enviado por Maria da Fonseca em 12/04/2006
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