TEU CORPO

Os seios,

formosas ilhas

das navegações

em emergência.

O regaço,

duas quilhas

do meu remo

sem rumo.

Os cabelos,

meu prumo

e âncora

do atracadouro.

O dorso,

meu paradouro

e traveseiro

nas velejadas.

A boca,

o silêncio quebrado

do mar agitado

batendo na popa.

A cintura,

o bote jogado,

a parte segura

do naufragado.

Os pêlos,

se pelo contrário,

abrem solidários

a fonte fechada.

Vilmar Daufenbach
Enviado por Vilmar Daufenbach em 11/01/2009
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