NAVIO-JANGADA

Já fui navio naufragado

por mares de fúria batido

entre rochas encalhado

em rota bem adversa...

Ferro novo envelhecido

madeira nobre submersa

Sem vigias, amuradas

ré e proa esfrangalhadas

mastros soltos à deriva...

Velas rotas, destroçadas

roda de leme moída

âncora solta, perdida

Perdi meu Norte, meu tempo

e na agonia da espera

este navio naufragado

já nem sabia quem era...

Grande tormenta passou

por este barco que sou

Mas os ventos de mudança

e areias em movimento

num retorno de bonança...

Trazem à tona o momento

do emergir da esperança

de achar de novo o meu tempo

Do pouco que então restou

muito farei pois estou

na viagem apostada...

Já sei de novo quem sou!

O navio… virou jangada

mas mesmo assim... aí vou!

***

(In "Geometrias Intemporais", publicado no ano 2000)

(In "Luas e Marés" - E-book - " em Abril/2006)

http://www.delnerobookstore.com/bibliotecas_virtuais/carmo_vasconcelos

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POESIA DECLAMADA:

http://www.abrali.com/000membros/cd/carmo_vasconcelos/sitio.htm

Carmo Vasconcelos
Enviado por Carmo Vasconcelos em 12/04/2006
Código do texto: T137917
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