Êxodo rural

Sol quente,solo quente

Dia quente,cabeça quente,

Bóia fria

O homem sua o dia inteiro

Pinga suor,pinga sangue,

Pinga mineira

E o homem não pára:

Roça pasto,roça vida

“um dia saio dessa roça!”

Fatigado,fraco,faminto

A fome castiga o homem

A seca castiga sua plantação,

Queima e castiga o coração.

“um dia saio desse sertão!”

Juntou família e na bagagem

Só esperança ela leva

Até o gado que era forte

Morreu pela estrada

Na cidade,viu tudo tão lindo!

Nas ruas viu arranha céus

Viu tudo que não era dele.

E em pouco tempo,

Sem trabalho,sem família

Sem rumo,sem esperança

Sem nada no mundo

Mais fome sentia

Mais nada ele tinha.

Dormindo no tapete duro de pedra

Que cobria um solo igual ao que ele tinha

Na sarjeta,no chão.

“ai que saudade do meu sertão!”

PAULO TAVEIRA
Enviado por PAULO TAVEIRA em 11/01/2009
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