Êxodo rural
Sol quente,solo quente
Dia quente,cabeça quente,
Bóia fria
O homem sua o dia inteiro
Pinga suor,pinga sangue,
Pinga mineira
E o homem não pára:
Roça pasto,roça vida
“um dia saio dessa roça!”
Fatigado,fraco,faminto
A fome castiga o homem
A seca castiga sua plantação,
Queima e castiga o coração.
“um dia saio desse sertão!”
Juntou família e na bagagem
Só esperança ela leva
Até o gado que era forte
Morreu pela estrada
Na cidade,viu tudo tão lindo!
Nas ruas viu arranha céus
Viu tudo que não era dele.
E em pouco tempo,
Sem trabalho,sem família
Sem rumo,sem esperança
Sem nada no mundo
Mais fome sentia
Mais nada ele tinha.
Dormindo no tapete duro de pedra
Que cobria um solo igual ao que ele tinha
Na sarjeta,no chão.
“ai que saudade do meu sertão!”