ARREBATAMENTO SÚBITO
Minha nudez vestida
é transparente.
Desconcertante sob as roupas
Há vestígios de tuas fortes mãos...
Tocas-me sempre...
Como quem colhe com vontade
Uma maçã suculenta
Estou lenta,
Em movimentos... vagos
Deitados.
Mas a mente,
Esta trabalha com vigor
As mãos também
As costas ardem.
Quero o élan novamente
Ímpeto de minha vida!
Quero teu sorriso
Logo...
E assim, faço rimas
Jograis,
Murais
No ar...
E me inspiro em letras
Várias
São formiguinhas ao meu redor
Livros abertos e marcados
Traçados
Sublinhados
Sombreados pela luz do final da tarde
Quando caem as vontades
E se erguem os véus
Descortinando a vida.