O olhar e a asa

Meu olhar exila-se entretido

no fim do que me chega primeiro

entre o segredo e um certo mensageiro,

o mar, o céu e algum aviso.

Alguma coisa chega e fica,

tantas outras saem e nunca mais voltam,

as tristezas ancoram, a alegria se esconde,

mas os versos respondem por minha vida torta.

Meu coração envelhece parindo crianças,

sente a vida fluir e ir-se

como se desejasse visitar outra alma

ou agarrasse destemido e forte

a qualquer outro norte a ele oferecido

por um amor que lhe beije mansamente ao peito

ou qualquer anjo torto que lhe conceda alguma asa amiga.