DO FRASCO DO MEU CORPO

por Regilene Rodrigues Neves

Absorvo minha sensibilidade

Esquecida pelos caminhos da alma

Derramam do frasco do meu corpo

Na forma da poesia sentida

Nos arredores de mim...

Sem nenhuma pretensão

Elas foram caindo de estação em estação

No verão chuvas de lágrimas

Molharam minha emoção

No inverno um cobertor frio

Cobriu de neve meu coração

No outono minhas folhas caíram ao chão

Esperando que a primavera

Florescessem os meus dias

Perfumando-me de paixão!...

Cada poesia fez seu rastro no tempo

A esmo sem direção

Partiram dos vãos dos meus dedos

Viraram fábulas nas esquinas de algum coração

Sem nenhum segredo nem objeção...

Escorreram minhas intimidades

Pelo papel em branco

Nas entrelinhas os versos de uma alma

Carente e frágil de mulher

Que em algum lugar do passado

Extraiu ópio do seu frasco de ilusão...

Os sonhos dormiram ao luar

Sobre serenatas de estrelas

Que a poesia fez para o mundo...

Versos de magia

Evocaram o infinito

Ouvindo vozes de amor do silêncio

Gritando para o universo

Odes afins de um amor sem fim

Que pelos confins da terra

Exalou sua inesgotável essência

Do papel que transpirou

Melodiosos versos pelo universo...

Em 09 de janeiro de 2009