O PÁROCO E A MULATINHA

Um grupo de mulheres sobe a escadaria

da igreja,

o sol contra os vidros empoeirados

dói na vista.

À sacristia, onde as mulheres fariam a limpeza,

o padre, as 11 horas da manhã,

ataca uma coxa de frango

afogada no arroz branco.

Não é muito cedo para o almoço?

É que os padres comem cedo – diz uma velhota.

Uma mulatinha nova, quatorze anos, se muito,

furtivamente observa o grupo de carolas.

Gerana presta serviços à paróquia e, particularmente,

oo padre, como bem se vê.

Gente carola é muito perspicaz, no entanto, jamais

acusariam o vigário.

Andaram dizendo que “o santo homem”

chamava Gerana

ao seu quarto à noite.

Nossa! Que pecado! – disse mês passado outra velhinha.

O fato é que quando o grupo de mulheres saiu do prédio

a mulatinha ainda estava lá.

Enzo Carlo Barrocco
Enviado por Enzo Carlo Barrocco em 09/01/2009
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