Abismo
Sei que não te cansas
Sórdido demônio
Deste vil sentimento
Que a mim direcionas
Para o fruto de um agouro miserável
Todo o tormento de almas suicidas
Que dilacera essa carne intangível
E que suga o meu sangue com escárnio
De todos os amores prometidos
A um jovem tão tolo e ufanista
Só restaram essas vespas malditas
Velando o sono de um cadáver
As belas damas que um dia me encantaram
Hoje são abutres que atormentam
Essa pobre existência encerrada
Em um tumulo de barro e areia
Ainda esperam roubar me o ultimo sopro
Os amigos de uma outrora tão distante
Que me vendo desossado pelas feras
Sorriem entocados como hienas
Acordado como um ébrio em torpes ares
Me atiro no abismo flamejante
A babel de uma vida sem valores
Um eterno purgatório pra minh’alma