Abismo

Sei que não te cansas

Sórdido demônio

Deste vil sentimento

Que a mim direcionas

Para o fruto de um agouro miserável

Todo o tormento de almas suicidas

Que dilacera essa carne intangível

E que suga o meu sangue com escárnio

De todos os amores prometidos

A um jovem tão tolo e ufanista

Só restaram essas vespas malditas

Velando o sono de um cadáver

As belas damas que um dia me encantaram

Hoje são abutres que atormentam

Essa pobre existência encerrada

Em um tumulo de barro e areia

Ainda esperam roubar me o ultimo sopro

Os amigos de uma outrora tão distante

Que me vendo desossado pelas feras

Sorriem entocados como hienas

Acordado como um ébrio em torpes ares

Me atiro no abismo flamejante

A babel de uma vida sem valores

Um eterno purgatório pra minh’alma

PAULO TAVEIRA
Enviado por PAULO TAVEIRA em 09/01/2009
Reeditado em 11/01/2009
Código do texto: T1375902
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