Disparidade
Ilze Soares
Das mesas fartas,
Das mesas fartas,
repletas de boas comilanças,
olhares encharcados de caros vinhos,
falsos abraços e carinhos...
sobram as migalhas
para tantas carentes crianças,
sem abrigo, sem luz no caminho...
No olhar inocente,
a pegunta latente:
De onde vem tantas maravilhas?
Que disparidade!
Quanta desigualdade!
Uns tem tudo, outros nada...
Olhos que se mostram cegos
a esta realidade,
não veem a fome,
o desamor,
o sonho que nunca se realizou,
a inocência que acabou...
E ainda se queixam de maldades!