Verdades
Debruço-me sobre mim mesma
a recolher minhas verdades.
Diante de tantas e tão variadas
sofro a tentação de ficar com as mais belas;
aquelas de perfeitos contornos,
cheias de brilho e pompa.
Resisto em tempo.
E entre tantas verdades
guardadas vida afora
preciso saber quais delas me pertencem.
Quedo-me em silêncio a escutar meu coração
e ele me aponta uma a uma.
Nem são as mais bonitas,
nem as mais feias,
nem as mais reluzentes.
Mas, são inegavelmente minhas.
Nelas eu me reconheço,
elas têm substância e sustentam.
Com elas posso pautar minha vida
tenho chão e direção.
As outras por mais sedutoras que sejam
eu deixo.
Talvez possam ser recolhidas por outros
que as sintam suas.