Fragmentos teus
Por entre a doçura dos teus olhos
perpassam tristezas incertas
amalgamadas a um espírito sagaz.
Teus olhos tem muitas falas.
Como o gorjeio das flores,
ora clamando a aurora
ora serenando o anoitecer.
Teu silêncio grita:
a resistência aos paradigmas das
tempestades impostas pelo poder.
Tuas palavras calam:
a conformidade com
as idéias preconcebidas.
Teu mapa não é território:
ultrapassa os caminhos do eu e
percorre os descaminhos da história.
Tua luta avança:
pela energia dos sentidos
pela ternura do afeto
no inexorável projeto de transformação.
Fragmentos de uma árvore
que zela pela sanidade da floresta,
tão potencialmente sábia na
dialética da (des)construção.