Don’t ask why
(Por Machado)
O que você vê em mim?
Não é nada.
Admiração; tão somente.
É algo louco,
sem porquê,
que nasce e vai
como fogos de artifício,
a pintar-me no céu da idéia
poesia nua e transcendente.
É uma fumaça serpentina
que transcorre e discorre,
tão vivaz e disforme,
palavras mentirosas
em teu ser de verdades.
São águas malignas,
esquálidas,
que em minh’alma fertilizam
tão feliz insanidade.
Sou poeta,
meu bem!
Sou você
do avesso.
Seja, pois,
que te amo.
É assim que eu canto.
Não, não vá!
Deite aqui mais uma noite.
Sinta-me me ti,
como sempre te vejo.
Em mim você é.
Em mim tu estás.
Sou teu para sempre,
enquanto és minha
dia a dia.
Então, cante,
cante hoje (,) meu amor.
Come on, baby,
light my fire!
Não deixe que o choro
apague o fogo
tão divino de
nosso amor tão sádico.
Me ame,
apenas mais uma noite.
Me invada,
com teus olhos de cigana oblíqua
e dissimulada.