Matizes
Nossa tonalidade é um azul infinito,
mas houve tempo em que era vermelho
reflexo, retrocesso, quando éramos só
espelhos opostos a refletir.
Se ontem éramos vorazes,
hoje nossos mais aguçados sonhos
elucidam-se num único tom
constante a nos abrandar.
Outrora fomos exaltação,
hoje só bonança e calmaria
fruto de reconciliação.
Confrontamos o tempo e por galardão
recebemos o tom adequado,
distinta nuance na cor da paixão.
É o teu sorriso trás em si supremo dom,
de me asilar nos teus braços,
é compasso que me interpreta e me ganha,
na hora e medida certa.
Gosto do teu jeito de olhar,
de moderar as palavras
antes de as lançar, mas
quando careço paixão
é em suas indizíveis mãos,
que sem receio ...
consinto em me entregar.
Você é bem mais que meu alento.
É brandura, é sonho, é sentimento.
E emoção cristalizada, que
não canso de almejar.
Andrea Cristina Lopes - PR