Tempo de Cura

Há momentos

de cicatrização

de circunstâncias,

tormentos

que crispam e eriçam

a pele da alma,

sob a calma aparente

de um nada acontecer.

Há uma luz transparente

que ondula os sentidos

mas nada esclarece,

que transpassa nossos ossos,

nossas fossas

e se esvai

qual lágrima

que sublima

e não cai.

Não é o clima,

não é o hereditário

nem o zodíaco,

o relicário

onde se ocultam as respostas

às nossas perguntas defuntas

que faleceram por não se solver.

A verdade mora na cura

da ansiedade do querer,

que mede o tempo que inexiste

e insiste em correr

até morrer.

Quando só devia amar.