Memórias de um Omisso
Humanos, diga-se: Desumanos
Não paramos, não pensamos
Tão somente, aceleramos
E na pressa, vício arraigado
Passamos por cima de tudo
De todos, e mais alguns.
Isto aqui não me interessa
Aquilo lá não me diz respeito
Se precisam mudar o mundo
Procurem por outro sujeito
Se precisam de ajuda
Eu não quero nem saber
Se está preocupada com isto
Vá lá e resolva você
À velhinha não quisemos, a avenida atrevessar
Que loucura que fizemos, de pé teve de viajar
Ao pai desonramos
A mãe entristecemos
A mulher desprezamos
Ao amigo abandonamos
A lei desobedecemos
A autoridade desacatamos
E para que?
Ora, para crescer
Ficar rico
Famoso
Poderoso
Respeitado...
Ou temido!
Mas de súbito a surpresa
O fim se mostra eminete
Incerteza, dúvida e medo
Do passado, futuro e presente
Dói então a consciência
Da vida a dura lição
Meus semelhantes morreram
Do meu mal a omissão
Entre os dentes afiado punhal
Nas mãos sangue inocente
ABEL está morto!
E num cínico sorriso tentarei
Susurrar entre os dentes
_Não fui eu!
Humanos, diga-se: Desumanos
Não paramos, não pensamos
Tão somente, aceleramos
E na pressa, vício arraigado
Passamos por cima de tudo
De todos, e mais alguns.
Isto aqui não me interessa
Aquilo lá não me diz respeito
Se precisam mudar o mundo
Procurem por outro sujeito
Se precisam de ajuda
Eu não quero nem saber
Se está preocupada com isto
Vá lá e resolva você
À velhinha não quisemos, a avenida atrevessar
Que loucura que fizemos, de pé teve de viajar
Ao pai desonramos
A mãe entristecemos
A mulher desprezamos
Ao amigo abandonamos
A lei desobedecemos
A autoridade desacatamos
E para que?
Ora, para crescer
Ficar rico
Famoso
Poderoso
Respeitado...
Ou temido!
Mas de súbito a surpresa
O fim se mostra eminete
Incerteza, dúvida e medo
Do passado, futuro e presente
Dói então a consciência
Da vida a dura lição
Meus semelhantes morreram
Do meu mal a omissão
Entre os dentes afiado punhal
Nas mãos sangue inocente
ABEL está morto!
E num cínico sorriso tentarei
Susurrar entre os dentes
_Não fui eu!