O JOGO
Meus testículos badalam como os sinos do fim
pedra que rola desenha bola na lagoa
mas eu quero é rubim.
Ônibus lotado, por onde escapo
das lamentações?
Por mais que eu olhe, nenhuma rua tem saída,
nenhuma aventura faz o homem,
nenhum vício mais desvia.
O bruxo puxa o cordão - o herói
desmontado é menos que boneco,
como amar se a diversidade
espalha o pó que restou dos sonhos?
O jogo é desigual, irmãos!
Não adianta portar a espada sagrada
se a rainha se despe na taverna,
conhecer o mapa não faz o sol nascer.
Esqueça quem eu sou, o sangue escorre da canção,
esqueça de mim, o pássaro só canta
depois que o eco da partida
desmolhar as lágrimas na calçada.
Eu aceito o exílio como única morada
sapos gigantescos puxam o meu carro,
é hora de assumir a queda do império,
entre assaltantes e mendigos
fumego no cachimbo outro céu para crer,
a rosa em que depositei os sonhos de tédio murchou,
do que vale ouvir as gêneses no cosmos
se o que desejam é o grito do chacal?
Meus testículos badalam como os sinos do fim,
troco de bom grado a sensibilidade que sei que é muita
por uma tragada de canabis e uma pedra de rubim