Desgaste
A chuva me cai
hoje nos olhos.
Mistura-se a lágrimas
que de meu
amor provêm.
O sol se esconde,
como as palavras
que prefiro não dizer.
Nos doces
e amargos momentos
sou eu em teus olhos,
mais uma vez,
mentindo meus medos.
Há mulheres,
meu bem,
cruzando a esquina
dos meus olhos;
rogando a Deus
que eu as queira.
Não! É mentira.
Só você tenho
em verdade.
De verdade,
só a ti amei.
Ó, linda,
que tu desejes
teu tempo
e que haja minha vida
em ti, contigo
e por ti.
Me abandone.
Me faça chorar,
sentir e querer-te.
Olhe em meus olhos,
teus olhos que,
marejados, confessam teu amor.
Meu amor.
Sempre ti.
Até a Morte,
ou até quando
se cansar
de ser querida.
Cai a chuva
me derrete.
Vem a insônia;
me acomete.
Saudemos, pois,
o Medo de se entregar.