no dia que entrei em órbita
pelas estradas da vida
ia eu, de barro.
- no ar duas canções
que a tocar se tocam...
tu és bela e sensual
no banco do meu carro.
- vem a outra pela antena
e quase se entrechocam.
toco em ti que canta
por conta
da canção que toca.
piso mais fundo
sem saber o que faço.
se te agarro
ou acendo o meu cigarro
se vôo, desligo o rádio
- ou te amasso.
a estrada é sinuosa
como são os corpos
e sabem as mãos
que já não sabem nada.
pelas estradas da vida,
sossegado,
no meu carro eu ia
- talvez pela poesia
que andava passo a passo...
foste tu que me alçaste o vôo?
- ou foi esse carro louco
que me levou pro espaço?...