A UMA LINDA MULHER
Que nome tens, flor do vale,
És mais bela que o canto das sereias,
Mais que a poesia.
Que nome tens? – perguntam-se quem passa.
E julgam: É uma nova flor!
E deslumbras inevitável...
E palpitas melíflua como os favos...
Perfumas os olhos com teus raios,
Como fogos azuis.
Contemplar-te é ver a primavera
Após o amanhecer;
Contemplar-te... E morrer de amor,
E embriagar-se num vinho não provado
De uma bacante ao sul...
Ver teus olhos é ver um lago de areias brancas
E uma pérola negra.
Que nome tens, face misteriosa?
Que tintas coram o teu rosto
E os teus olhos em aspirais tão cintilantes?
Tua boca, um cálice de cristal.
Que poeta a define?
Prostram-te aos pés, e contemplam-te
Quais súditos... Desabam num abismo...
Confundem-se palavras
E nada te define,
Nem mesmo a poesia.