CLANGOR

Deixem o poeta cantar sua dor

E o profeta clamar alto no deserto

Não lhes obstruam a voz nem o canto

Que sejam libertos da cruz. E, portanto,

Possam oferecer sem censuras

Tanto vinho quanto pão

E luz às criaturas...

Eu te dei tanto amor e amor tanto!

Fui a luz que guiou o teu caminho

Por te amar abracei imensa cruz

Abri teus olhos cegos para a luz

E recebi de ti a traição!

E assim, embebido em tão amargo vinho

Deste-me o pão e uma lança a transpassar

Meu coração sedento de carinho!