A BUSCA DA INOCÊNCIA FINGIDA

Olho minha alma pela fresta do meu peito

E o que vejo me causa tamanho torpor

Toda alma devia ser cristalina

Vespertina, sem mácula nem dor

Açucaradas, tal qual algodão doce

Leves, como pétalas de flor

Mas a malícia sevícia e amolece

Lânguida e fria, anuncia o despudor.

Não há alma pura que não sucumba ao falso mel

A inocência se faz sonsa e deturpa

A ilusão de uma pálida sensatez

Que na verdade, despudorada travesti

Finge ser alva, pra adentrar um coração

Que busca em vão a candura no ardor

Ita poeta
Enviado por Ita poeta em 03/01/2009
Código do texto: T1364683
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