A BUSCA DA INOCÊNCIA FINGIDA
Olho minha alma pela fresta do meu peito
E o que vejo me causa tamanho torpor
Toda alma devia ser cristalina
Vespertina, sem mácula nem dor
Açucaradas, tal qual algodão doce
Leves, como pétalas de flor
Mas a malícia sevícia e amolece
Lânguida e fria, anuncia o despudor.
Não há alma pura que não sucumba ao falso mel
A inocência se faz sonsa e deturpa
A ilusão de uma pálida sensatez
Que na verdade, despudorada travesti
Finge ser alva, pra adentrar um coração
Que busca em vão a candura no ardor