Salto na chuva

Vou como um sonhador com assas de papelão.

Vou subindo para uma nova montanha.

Por uma trilha e sem muita pressa.

Algo que pensei fazer desde a infância.

E desde sempre, com humildade, sem toda aquela arrogância.

E minhas assas de papelão podem suportar.

Ir contra os todos os ventos.

Mas não resistem à chuva fina que cai em sua ausência.

Já se passou algum tempo, e estou esperando seu momento.

A chuva num passa, as assas desmancham.

Não da pra saltar sem minha.

Sem meu amor, minha fé, minha esperança.

Minha garota, sua ausência traz toda essa garoa.

Desejo sua felicidade distante.

Mas diante essa possibilidade.

Molham-se meus sonhos.

Entre os sonhos e nossa felicidade...

Se eu escolher estarei condenando os dois à morte lenta.

Tudo o amor e toda sorte, todos os sonhos, tudo a morte.

Mas antes ver você partir tentei abrir minhas assas.

Mas elas dissolveram.

Agora se for para saltar para o sonho.

Vou é me jogar...

E a chuva pode me molhar.

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