Festa da virada

Vejo a dedicação das pessoas às festas.

Principalmente às com datas marcadas.

Aquelas estipuladas, rotuladas.

Serão as datas da felicidade?

Serão momentos felizes?

Trabalhe, consuma, assuma.

Esse não é o rumo.

A felicidade não está nas prateleiras.

Nem tem hora marcada

Entre festas com fogos e bebedeiras.

Entre o aconchego de um violão na sarjeta

Não podemos datar... Não da pra precisar

Existe só a felicidade celebrada.

Sem data predeterminada.

E a festeje chovendo ou ao sol ardendo.

Esse é o dia...

É maior que qualquer festa da virada.

Sem essa cultura enlatada.

Chega de hora marcada, chega de festas esperadas.

Feliz inesperado!

Vamos que seja a qualquer momento celebrado.

Que a qualquer momento seja a hora da virada.

E alguns minutos depois os fogos cessam.

E a poesia continua... Como no ano passado.

A novidade não tem hora marcada.

É o inesperado.

É o novo.

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