Poesia Para Bia
Guardiã da nossa morada,
sentinela da alvorada,
um sorriso de primavera,
a tua ausência me desespera.
Os meus sonhos alimentas,
singro mares em tormentas,
o teu colo é porto seguro
onde sou belo, forte e puro.
Humilde como água nascente,
tão meiga e paciente,
a tudo e a todos tolerante,
me perdoas a todo instante.
De extremada dignidade,
a tua maior felicidade
é doar-se inteiramente,
aprendendo simplesmente.
O cálice em forma de flor,
me ofereces generosa o amor;
o néctar divino transbordante
sorvo em teu corpo ofegante.
Companheira e eterna amante,
quando de ti estou distante
as minhas noites são mais frias
por não me dares as alegrias
das tuas formas pulsantes,
em orgasmos delirantes.
Bálsamo da minh'alma ferida,
lembrança da juventude perdida,
brilho dos meus olhos serenos,
os horizontes se tornam pequenos
para os meus passos de gigante
que me levam sempre avante.
Brasília, 24 de janeiro de 2000