manhã de chuva
Chove
E a manhã,
devolve
o afã
do dia,
que nasce
banhado na poesia
da chuva..
A chuva
verte
seu pranto,
cai feito luva
E veste a manhã.
Inerte,
ensaio um canto,
que morre na garganta,
pois,
da chuva,sedenta,
sou árida terra
que a chuva alimenta.
Meu sonho erra
sem destino,
escorre pelo chão,
no desatino da razão.
Escorre também a alma,
pela chuva levada.
E beija a calçada,
os becos,
as ruas.
Alma lavada
na calma
prateada da chuva,
Mergulho na terra,
meu orgulho
vazio,
e esvazio
o pranto...
Canto,
Agora
ao romper da aurora.
È um canto salgado
feito de chuva
á lagrimas regado.
Mas...
Canto!