TARDES DE OUTONO

Neuza Maria Spínola

11/01/2006

Os poemas são os soluços que a gente,

Afoga no peito, e se escondem dispersos;

Tão humildes, que nem parecem versos,

Engolidos com as lágrimas, tristemente.

Junta-se o frio de uma tarde de outono,

Com a agonia de uma noite sem sono;

Penso em palavras que nem foram ditas,

À aquele nome que se diz, sem resposta.

Mostro um sorriso irônico que assiste,

Friamente à minha angustia humana;

Talvez imortalmente terno e triste,

Ou frio e frágil como uma porcelana.

Repito as palavras que já te disse,

Quando pensei em alguma tolice;

E foi por ti que escrevi isso tudo,

Para não deixar este amor ficar mudo.

Mesmo continuando a estrela perdida,

Que passou tão rápido pela tua vida;

E tu foste alguém, que soubeste por,

No meu coração, o meu último amor.

Se amar na vida é viver esta sorte,

Não sei o que se pode entender por sorte;

Se é sorte sofrer por amar perdidamente,

Ou para sempre chorar a dor que se sente.

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Neuza Maria Spínola
Enviado por Neuza Maria Spínola em 31/12/2008
Reeditado em 23/08/2013
Código do texto: T1361581
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