Ao viver em fartas flores...

Ao viver em fartas flores

Alheio ao que enfarta, bocas malditas

Teias, meios entre tantos vazios

Nos papéis que cobrem o atro

Paredes lascadas, ungidas de gemidos

Aladas criaturas furtivas

Você esconde o seu nexo

Lamúrias por noites mal-dormidas

Para manter na distância o meu sexo

Quantas fugas entrecortadas

Maldita sinfonia de faróis e fumaças

Por mais que praguejes

Sempre a lastimar por mais por mais que se faça

Outra face, outros tons oblíquos

Nuvens na janela pelo dinheiro não pago

Neste vazio trafegar de parcas informações

Nem tanto toca, quase nada vem falar

Olho, como Ilha, de tantos favores

Caras e bocas que molduram risíveis amores

Tão clandestino, a caminho de anhures

Aquilo que não excita, tão logo decompõe

Fartas bocas, ao viver alheio

Flores malditas, no vazio que enfarta

Na janela de outra solidão

Imprecisa textura que afaga

Seios & coxas que expõem seu tesão

Com essa boca aguilhada de tantos copos

O fel do dia seguinte que tanto amarga

Sim, a remeter nervosas mensagens

Pois é que me tem bastado do outrora

Esqueço as lamúrias, sigo as correntes

De volta para a Ilha, com todos os ventos

Sons entrincheirados no entardecer

Novos textos de ontem

Ah! essa pele a tremer

Para amanhã, algumas cantigas de amor...

Peixão89

Peixão
Enviado por Peixão em 28/04/2005
Código do texto: T13611
Classificação de conteúdo: seguro