Perdão aos Imortais
Desculpem-me amigos,
Pelos grotescos desabafos
E pelas letras ébrias sem requinte.
É que às vezes foge de minhas mãos
A palavra de mais fino gume.
Somem em gotículas de chuva
As lindas figuras de valor universal,
E fica tão difícil escovar os dentes.
Mas ainda assim é preciso enfrentar essa carta espelhada
Que não se reflete na mesma imagem.
Torna a réplica mais bonita e agradável.
Transforma as marcas em meu rosto
Em histórias que não me acompanham durante o dia
E só voltam de noite, após a fricção das cerdas em minha boca,
Para novamente se deitarem comigo.