Perdão aos Imortais

Desculpem-me amigos,

Pelos grotescos desabafos

E pelas letras ébrias sem requinte.

É que às vezes foge de minhas mãos

A palavra de mais fino gume.

Somem em gotículas de chuva

As lindas figuras de valor universal,

E fica tão difícil escovar os dentes.

Mas ainda assim é preciso enfrentar essa carta espelhada

Que não se reflete na mesma imagem.

Torna a réplica mais bonita e agradável.

Transforma as marcas em meu rosto

Em histórias que não me acompanham durante o dia

E só voltam de noite, após a fricção das cerdas em minha boca,

Para novamente se deitarem comigo.

LMB
Enviado por LMB em 31/12/2008
Reeditado em 08/02/2009
Código do texto: T1360668
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