VIAGEM POÉTICA
Se tu queres carona em minha poesia,
Aperte teu riso e acorrente teu choro.
O que escrevo não tem dimensão,
Nem o dom de mudar o mundo,
Muito menos a eloqüência dos melhores poetas.
Escrevo para atingir aquilo que não sou,
Espalhar veneno entre as mentes que dormem
Ou perfume sobre os sinos das catedrais.
Não me julgues pelos meus versos.
Julgue-me pelo não dito,
Pelas horas em que dormi,
Pelos segundos em que eu não te disse adeus.
Se queres entrar em minha poesia,
Não sejas tu mesmo trajando preconceitos.
Sejas matéria-prima de teu próprio ser
E ponhas em ti trajes daquilo que sua mente não alcança.
Aperte teu riso e acorrente teu choro,
Venha me ajudar a atropelar o tempo e o espaço,
Dentro da poesia sem fronteiras.