Ao Pôr-do-Sol
Sangue, tiros, honra...
Princípios esquecidos de vidas errantes.
Primeira badalada.
Uma silhueta à frente,
homem independente,
alvo imóvel esperando o inevitável.
Segunda badalada.
Olhos que não se cruzam:
Um rosto cabisbaixo
não ousa erguer o olhar.
Não até a hora certa...
Terceira badalada.
Cidade deserta.
Ruídos de um silêncio respeitoso.
Ninguém ousaria atrapalhar tal rito.
Quarta badalada.
Últimos feixes de luz se dissipam.
Dos dois lábios um sorriso,
das duas bocas uma escarrada.
Quinta badalada.
Suor escorrendo, calor intenso,
mãos aflitas sobre coldres pesados.
Cabeças finalmente erguidas,
olhares trêmulos e dissimulados.
Sexta badalada.
Dois movimentos, um tiro.
Baque surdo de um corpo caído.
Honra, tiros, sangue...
Princípios errantes de vidas esquecidas.